Se você é um empreendedor que almeja uma contabilidade
mais assertiva para os seus negócios, precisa estar instruído acerca de
algumas modalidades de compra e venda comuns de serem utilizadas em
operações comerciais.
Nesse ínterim, chegamos à questão que norteia esse artigo: você sabe o que é compra a fixar?
Caso este termo seja estranho para você ou ainda provoque
confusão ao seu entendimento, acompanhe aqui o conceito e exemplos
práticos de como essa modalidade de compra funciona.
O que é Compra a fixar?
O primeiro passo é entender o conceito desse tipo de operação para, então, analisar como acontece na prática.
Assim, a modalidade de compra a fixar é: operação na qual a venda de um produto é contratada com a possibilidade de haver variações no valor, conforme o mercado.
Em suma, o vendedor é quem determina quando o preço será fixado e
o preço efetivo será o valor de venda de acordo com o mercado ativo, na
data em que o valor fixado for estabelecido.
Ademais, espera-se que no contrato fique definido o prazo de
entrega do produto comercializado, assim como, um prazo para que o preço
seja fixado.
Esse tem sido um tema bastante relevante, principalmente para as
cooperativas agropecuárias, por causa da falta de interesse dos
produtores em faturar o volume depositado nos seus armazéns.
Por isso, elas utilizam a compra a fixar visando à liberação do
espaço nos armazéns para o recebimento da próxima safra, além de evitar
exposições a variações de preço.
Reconhecimento na receita
A partir da definição do contrato, a cooperativa faz a entrega
da quantidade de produto comercializada ao cliente, sendo que o preço
final ainda será fixado no futuro. Logo, emitem-se as notas fiscais com
um valor simbólico, normalmente inferior ao valor de venda.
Para que seja reconhecido na receita, se obedece às determinações
do item 9 da Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) TG 47 do CFC, e é
sugerida esse tipo de contabilização:
1. Pelo faturamento:
C – Receita – vendas sujeitas a variação de preço
D – Créditos de venda com preço a fixar
2. Apropriação do custo:
C- Estoques de produto agrícola
D – CPV – produto agrícola
Ao se referir ao custo, a cooperativa pode não ter ainda o custo
definitivo formado, assim como o valor definitivo da receita, porém
ambos podem ser cotados no mercado ativo a qualquer instante.
Ademais, já se sabe que a maioria das cooperativas trata esta
operação como sendo de depósito e isso pode resultar numa dificuldade de
entendimento entre a contabilidade e o comercial, sendo essa uma
situação que exige cuidados especiais.
O que deve ser feito após o reconhecimento?
Outro passo importante a ser feito nessa operação de compra é a
mensuração de crédito pelo seu valor justo, após o reconhecimento
inicial.
Portanto, torna-se essencial manter o controle auxiliar que
contém as informações do pedido entregue referente a cada contrato e,
conforme previsto no item 4.1.5 da NBC TG 48 do CFC, a variação ocorrida
precisa ser reconhecida no resultado em conta específica dentre as
receitas.
Caso a atualização da receita não seja procedida, o custo
apropriado ficará superior ao valor simbólico que consta na nota fiscal,
resultando numa margem de comercialização negativa, por isso é
recomendada a atualização da receita, a cada mês, a partir dos
lançamentos a seguir:
• C/D – Receita – vendas sujeitas a variação de preço
• D/C – Créditos de venda com preço a fixa
Agora que você já sabe o que é compra a fixar e como ela acontece
na prática, temos muitas outras orientações acerca da gestão do seu
negócio que vão te ajudar a tomar decisões mais assertivas. Acesse a
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